Ter capital injetado em seu negócio, não necessariamente o conduzirá ao sucesso. A corrida pela busca de investidores, fazer pitch de vendas, convencer alguém a entrar de sócio na empresa, parece ser a fonte dos milagres para muitos empreendedores que, na verdade, nem sabem o que fazer com o dinheiro depois.
Ao perguntar onde ou no que aplicarão o capital obtido, uns minutos de silêncio se fazem presentes, como se não houvesse uma resposta ou que a lista fosse gigantesca a ponto de, o valor pedido, não dar nem para o começo.
E não foram poucas as vezes em que perguntei a heads de fundos de investimento “por que vocês querem comprar ou investir nesta franqueadora ou marca?” e a resposta não tenha sido “porque parece bom, achamos que tem potencial”. Baseado em quê? Silêncio….
O tamanho da decepção e brigas, quando se juntam os donos das respostas “Não sei, Veja bem, Então…”, sendo um o investidor do negócio, cujo próprio dono não sabe direito qual o conceito, posicionamento e onde quer chegar, é algo surreal. Todos vulneráveis: quem quer que invistam nele e quem quer investir, mas não entende nada daquele mercado, modelo de negócio e tudo que envolve esse contexto.
Valuation, compliance, due diligence, governança parece que são apenas para os grandes como inúmeros termos e práticas já vivenciados a cada onda de nova economia, novos momentos e adequações de modelos de negócios, de gestão, ferramentas conforme a evolução dos sistemas.
Se é para uma startup unicórnio, não é para a minha. Se é para O Boticário ou Natura, não é para mim que sou uma lojinha de cosméticos e perfumes apenas. Então, só o que preciso é que alguém invista em mim, na minha marca. O que fazer com esse dinheiro, depois eu vejo.
Todos os grandes já foram pequenos e alguns, talvez, até bem menores que os empreendedores que vêm nascendo nos últimos anos, quando não havia essa febre de pedir e investir dinheiro.
Portanto, os empreendedores que buscam aporte de capital, antes de pensarem em quanto precisam de dinheiro, devem ter respostas mais abrangentes e, possivelmente, perguntas, dúvidas e menos certeza de algo que desconhecem, por estarem iniciando suas vidas como empresários.
Experiência, vivência, conhecimento são tão ou mais valiosos que dinheiro em um infinidade de situações em que um “não” evita que o negócio se perca, morra, não por falta de planejamento, mas de conhecimento. As respostas certas só podem ser dadas às perguntas corretas, o caminho só pode ser traçado se houver um destino atingível.
Novos empreendedores com ideias, produtos ou negócios inovadores e sedutores atraem oportunidades, assim como, oportunistas. Aí mora o perigo!! Desconhecidos de negócios e palpiteiros fazem parte do pacote – cuidado com o que você busca e atrai.
Em vez de focar em dinheiro apenas, a melhor opção como estratégia inteligente pode ser o “smart money”, ou seja, investidores que contribuem com ampla vivência, conhecimento e insights importantes sobre o modelo de negócio, análise profunda do conceito e definição de estratégias para acelerar o projeto ou negócio, no tanto que lhe cabe, dentro do máximo possível e da realidade de mercado. Pode ser, também, que digam que não é escalável nem franqueável e, em vez de o empreendedor ter obtido capital para algo que não ia virar, se livrou do prejuízo, aprendeu muito e não vai brigar com ninguém.
O dinheiro passa a ser, apenas, consequência de uma smart choice or decision! Pense nisso.
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