O varejo discute o consumidor final, em sua maioria, como pessoas jovens, que têm o poder de decidir e ditam as regras aos seus fornecedores. Cada vez mais conscientes da importância da sustentabilidade, do “ser” e não mais no “ter”, o posicionamento de marcas e das pessoas, dos movimentos, do empoderamento das classes, raças, gêneros, daqueles que são tratados como minorias ainda que sejam maioria em suas classificações ou denominações.

Tenho receio em tratar de assuntos delicados e ser mal interpretada. Porém, sei que tem coisa que a gente só aprende tendo em casa. O que defendemos, sem a vivência real, é teoria. A gente pensa que sabe e age corretamente, até se deparar com a realidade de outras pessoas na própria vida.

Quem dera coubesse aqui eu explicar o que há por trás do parágrafo acima. Quanta coisa, gente, atitudes, crenças, preconceitos, paradigmas, olhares estranhos, questionamentos, compreensões, mostras de compaixão e o que cansa ouvir: você é guerreirx!

As pessoas de 30 anos já foram consideradas velhas, quando morriam nesta faixa de idade. São vistas assim até hoje pelos jovens que têm 12 a 17 anos, mais ou menos (rs). Isso é legal observar!

E as que chegaram e estão avançando nos 50 anos de idade? Não são idosas nem consideradas “na melhor idade”. Mas já enfrentam o etarismo há décadas, porque já estão na hora de se aposentarem. Parece que se tornam invisíveis, porque chegar aos 40 é um marco, aos 60 tornam-se idosas. E os 50 anos de idade, o que representam?

Já ouviu falar isso: ‘Agora que estava na hora de começar a descansar e desfrutar do que plantou a vida toda, vai resolver inventar outra coisa para fazer?!’

Quem quiser bordar, tricotar, jardinar, tomar chá ou jogar cartas com amigxs, golfe, fazer bolos para netos, artesanato, fotografar, ler muito, ok, faz parte do pacote que os mais jovens aceitam que, seus pais ou avós, realizem. O quesito aprender a usar internet já era desafiador e “bonitinho”, com a pandemia “até aprendeu a usar e-commerce e agora só quer saber disso!” é a nova graça do momento.

Empreender, buscar um negócio para assumir e se tornar franqueado nesta idade? Pirou!

Quem não entende que os 50+ têm a vitalidade dos 40, a curiosidade dos 30 e a sede de aprender dos 20, somada à senioridade como sinônimo de experiência, vivência, sobriedade e autocrítica, que só os 50 anos de idade trazem, não sabe nada. Talvez porque não tenha chegado lá, ainda.

Dezenas de franqueadores viram, nos 50+, a oportunidade de franquias mais bem geridas, não só naqueles que foram amadurecendo com as redes, porque se tornaram franqueados há 10 ou 20 anos. Mas novos franqueados 50+, casais ou individuais.

A formação das equipes da franquia pode requerer jovens com prática na tecnologia nova, familiaridade com procedimentos de áreas em que já atuam, que são entregadores e trata-se de novidade aos franqueados, como é comum e um dos grandes benefícios que o franchising propicia: você se tornar empresário em um setor e negócio em que nunca atuou, porque há uma equipe de franqueadora para ensinar e dar suporte.

As marcas lidam com produtos e serviços para os 50+ com carinho e campanhas lindas, até porque sabem quantos trilhões de reais estão disponíveis, com este público, para consumir seus mixes. Mas que os mesmos podem empreender e agregar faturamento como franqueados, que terão a condição, inclusive, de propor soluções em função de suas experiências, poucos pensaram.

Em um universo de milhares de marcas franqueadas, dezenas de franqueadores, como escrevi, dando a oportunidade de ótimos negócios a alguns 50+ é muito pouco.

Por outro lado, se poucos 50+ decidiram por franquias e não aceitaram continuar nos processos de seleção, algo me leva a crer que, o poder de análise deles, com relação às empresas a investir foi dizer “você não é o que estou buscando para o meu futuro como empresário. Quero algo bem melhor! Busco a excelência no modelo de negócio e de gestão da marca que vou representar.

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