A onda de investir no negócio dos outros, talvez mais conhecida como M&A ou fusões e aquisições continua forte, robusta,acompanhada da tranquilidade com que empresários andam buscando investidores ou fundos de investimento. Antigamente, era um sufoco encontrar uma forma de atrair investidores para os negócios considerados bons, mas normais.

Hoje os “startapeiros” (tenho uma filha que se denomina assim) sonham se tornar unicórnios como sendo um sonho muito tangível (!) e captam investimento com a naturalidade de investidores anciões da bolsa de valores.

E você deve estar se perguntando o que o Franchising e seus franqueadores têm a ver com esta reflexão.

A questão é que a garotada das start ups e das fintechs  estão fazendo melhor, me parece, a lição de casa de como ter um negócio próprio e escalar este negócio do que seus pais,tios, primos mais velhos que estão comprando empresas franqueadoras e suas redes!

Tem sido muito recorrente as consultas ao meu trabalho para azeitar a relação de novos sócios de franqueadoras e suas redes, como de fundos de investimento querendo entender que bicho é esse tal de franchising que, na mídia, parece tão estruturado, profissional mas, na real, mais parece um ringue de lutas que um de patinação que era como se imaginavam ao comprar uma rede de franquias. Viam-se deslizando sobre uma superfície lisa de gelo, fazendo manobras belíssimas e todos que participavam deste espetáculo, dentro e fora do ringue de gelo, se mostravam encantados e muito satisfeitos. #sqn!!! A superfície era muito fina, rachou e eles caíram sob a mesma e embaixo dela,além de congelante, encontraram uma infinidade de peixes enfurecidos!

Há um certo exagero na descrição? Não. Apesar da licença poética, toda semelhança neste texto não é mera coincidência. Ao assumirem algumas das macas que me vêem à mente, neste momento, se deparam com falta de gestão, de processos, números ou indicadores incorretos, falta de padrão e, por consequência, franqueados querendo criar uma associação contra a franqueadora,cansados de promessas não cumpridas e se sentindo muito lesados e enganados.

A pergunta que não quer calar: como não  fazer um processo de estudo, análise e avaliação detalhada de informações da empresa target, para a possível identificação de eventuais possíveis problemas relevantes, como o grau de insatisfação dos franqueados e quais os motivos para tal? Um boa pesquisa de satisfação da rede franqueada pode trazer um mundo de informações. Não estou nem falando em auditoria, mas uma due diligence depois de comprar uma empresa serve para que? Talvez, apenas para saber, em números, o tamanho do problema, mas aspectos subjetivos e não mensuráveis como o arrependimento daqueles que investiram o dinheiro de uma vida, na franquia e que não retorna, a sensação de engodo, expectativas frustradas, entre outros tantos.

Como lidar com tudo isso, principalmente quando não havia conhecimento desse universo de bastidores do franchising “fake”?

O lado bom é que há como tratar as feridas, transformar a rede em negócio rentável, a marca mais forte e consolidada e retornar o investimento. Vai demorar mais do que o projetado, mas não previsto (entende a diferença?), exigir mais recursos e um tanto de experiência em franchising sustentável e metodologia agile, por exemplo. Trazer os franqueados para junto da franqueadora, ouvi-los e torná-los protagonistas também.

Lógico que há empresas e empresas, a maioria é confiável e tem bons resultados, porém apesar de não ser um digital influencer, é bom seguir São Tomé com a máxima “só acredito vendo!” Certifique-se primeiro.

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