As pessoas estão dispostas a novidades e aventuras, há um comportamento de maior adaptabilidade em relação a um passado bem próximo, ainda que pouco mais de 4 meses pareçam uma eternidade nunca vivida antes.

Se reinventar e inovar fazem parte do pacote desses novos tempos desafiadores, cujo futuro ainda é uma incógnita. Estarmos abertos a todas as possibilidades que já consideramos impensáveis, diferentes, interessantes ou esquisitas, por si só, já é um exercício para sair do “ponto morto”. Adorei essa definição de Marcia Pires, consultora e especialista em Educação e Franchising, de ‘sair desse ponto morto’ quando defendeu que o que tem nascido no online pode dar certo, porque as pessoas estão atrás de coisas positivas.

As convenções online de franqueadoras a seus franqueados têm se mostrado um grande sucesso, o oxigênio que faltava para promover um lufo de esperança. A agência SMASH, já especializada em eventos, tem realizado convenções online que fazem a gente parar o que estiver fazendo para assistir.

E sabe o que nos faz querer ver de verdade? Não é a tecnologia ou a proposta de ser diferente ou novo. Com o tal do “UX”, eles conseguiram “teletransportar” os franqueadores e suas redes franqueadas para o ambiente virtual, fazendo os corações pulsarem de emoção.

Com relação às feiras de franquias (que já vinham se modificando nos últimos anos com modelos mais acessíveis às franqueadoras), elas se tornaram virtuais com os processos de transformação digital impulsionados pela pandemia. Para a empresa franqueadora, essas feiras tornaram-se mais baratas, elas passam a ter os contatos de candidatos já na inscrição – o que aumenta a proximidade entre marca e candidatos – e têm uma abrangência muito maior. Não são todos que vivem em outros Estados ou países que estão dispostos a viajar para ir a uma feira de negócios, ainda que as pessoas estejam mais abertas ao risco de empreender.

Com o modelo de feira digital, é importante provocar como a empresa deve estruturar seu processo de análise e seleção dos candidatos, como será esta primeira reunião online e, com tempo estipulado para começar e acabar, entender o que é mais relevante abordar neste momento de primeiro contato. Como atrair o melhor candidato para dar continuidade ao processo?

No pós-feira, é preciso levar em consideração a possibilidade de que o contato ainda não poderá ser presencial. Como obter todas as informações necessárias dos candidatos, como serão as entrevistas e análises de perfil e até onde vai a tecnologia e o que não substitui o olho no olho?

Mundo novo, vida nova. Mas os cuidados ao analisar a compra de franquias, acredito, têm que ser à moda antiga. Veja de perto o que franqueadores estão propondo como oportunidades de negócios, em que estão investindo, o que vão entregar depois e como será essa entrega. Analise profundamente a DRE, faça conta atrás de conta, avalie a viabilidade em um novo cenário onde o WhatsApp passou a fazer parte de um canal de vendas. O e-commerce requer muito detalhe em sua estrutura para efetivamente realizar vendas. Como as franquias participam desse canal? Então, tudo o que já foi escrito e descrito como processo de seleção de marcas e franqueadoras continua válido, agora com o acréscimo de mais alguns cuidados.

É uma via de mão dupla: as franqueadoras continuam com a necessidade de serem muito rigorosas para proteger seus interesses de futuro, porque se aceitarem tudo o que vier pela frente, não será proporcional à quantidade de problemas a resolver. Já os futuros franqueados precisam encarar como investimento e não “apenas” como solução de problemas causados pela pandemia. Há muitas oportunidades e excelentes franqueadores. Mas qual combina melhor com as suas expectativas, capital disponível, necessidade de suporte e acompanhamento?

A tecnologia veio para acelerar processos e solucionar muita coisa. Só não permitam que ela encubra erros. Que ela não vire a vilã da história.

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