Tem sido interessante acompanhar o crescimento das empresas nos comparativos aos mesmos períodos de 2019 ou em relação aos meses anteriores. E, claro, há as que não fazem parte dessas estatísticas.
Nas minhas análises de negócios, uma das etapas da saga “em que negócio investir ou que franquia comprar”, sempre me deparo com a primeira marca a fazer ou vender algo que ninguém fez antes, porém nem sempre esta é a realidade. Conheço muito do histórico de setores, segmentos, nichos, o que era tendência e virou realidade ou do que foi apenas uma onda, moda temporária de um determinado produto ou serviço. Faz parte.
O histórico de 60 a 10 anos atrás traz credibilidade, sem dúvida, mas a agilidade às mudanças tem sido um discurso forte e recorrente, de como as empresas têm se ajustado às demandas e necessidades atuais, incorporado novos canais de marketing e quanto a web, a mídia digital e a tecnologia têm sido as responsáveis pela visibilidade das marcas e resultados, inclusive, inesperados.
Me parece que os sites dessas marcas históricas e outras, ainda que seniores em seus mercados, foram esquecidos, deixados de lado, sendo que já foram a ferramenta para apresentar as empresas a consumidores e candidatos às franquias.
Não me parece fazer sentido um site de marca renomada ou que se coloque como atualizada, à frente de seu mercado e de concorrentes, ter como exemplo de seu sucesso, palestras e treinamentos presenciais, palestrantes com microfone na mão, pessoas sentadas com papéis e cartazes em grupos desenvolvendo alguma atividade que até 2 anos atrás poderiam fazer algum sentido.
Na lista de suporte a franqueados: treinamento motivacional. A meu ver, se precisa divulgar que dá treinamento para motivar, significa que há muitas chances de rolar um desânimo e é claro que “a culpa” é do franqueado que não tem o perfil ideal, não se engaja, não entende que o problema é do governo e a economia desandou por conta de um 5º elemento.
Alinhamento entre discurso e prática
Olas, coreografia realizada por franqueados em convenções presenciais, pessoas com crachás pendurados por cordinhas amarradas ou cordões patrocinados, grandes grupos abraçados como um grupo único, hoje definido como aglomeração, podem passar a fazer parte do “museu” histórico da empresa consolidada com o passar dos anos, mas que hoje tem outra comunicação totalmente integrada ao seu discurso de posicionamento de vanguarda.
Não há que se apagar a história da empresa, tampouco seu processo de construção e transformação na vida de seus stakeholders, mas é urgente a coerência e o alinhamento entre discurso e prática.
O que já foi considerado diferencial um dia faz parte do passado. O que hoje é definido inovador por alguns já pode ser considerado comum a outros. E a velocidade das mudanças e cobranças provoca um pensar grande e fora da caixinha, quando não existe mais a tal da caixinha!
A linha básica de pensamento e atuação pode trazer boas surpresas como “Uau! Fazem o que falam!” e ter o site com a mesma linha de comunicação das mídias sociais, ter influenciadores reais com personalidade que gera empatia por sua transparência e simplicidade, mas não são personagens que vendem fórmulas mágicas, sendo pegos em uma foto que mostra exatamente o oposto, é um preço alto a ser pago e desperdiçado.
Ser moderno, de vanguarda e protagonista não combina com canais tradicionais de expansão, tampouco com sites que mostram um passado de lindas lembranças, mas que não condiz com a autodefinição de startup, só porque criou um app ou adotou o delivery como mais um canal de vendas.
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