Nos idos de 2010 – anos antes e muitos depois -, a maioria dos empresários de todos os portes desconhecia o termo sustentabilidade e a prática de gestão sustentável. Mesmo sem ter conhecimento, eles não concordavam com ela, achavam que não permitiria o lucro e que fazer doações a creches, casas para idosos ou deficientes era suficiente e sustentável. Porém, essas são ações sociais. E também estava no pacote plantar árvore, ação que não tem correlação com o triple bottom line: o tripé da sustentabilidade, que corresponde aos resultados de uma organização medidos em termos sociais, ambientais e econômicos.

Franqueadores também acreditavam ser impraticável implantar um modelo de gestão sustentável. As exceções, à época, não chegavam a 50 marcas franqueadas. Os que começaram a entender o conceito criaram departamentos de sustentabilidade ou de gestão sustentável. Já era um caminho. Mas, quando o cinto financeiro apertava, o primeiro executivo a ser demitido era de um departamento do tipo. Esse profissional tinha a constante sensação de ser um peixe fora d’água. E era.

O Brasil demorou anos para entender a importância de ser sustentável, que é muito mais do que ter o lixo orgânico e o reciclável e não sujar as ruas. Mas entender que é possível as empresas terem lucro por meio de uma gestão de processos que evita o desperdício e o refazer reduz custos e traz benefícios a todos os envolvidos? “Isso é para países da Europa, muito mais evoluídos do que nós. Outra cultura”, diziam. Como assim? RSE gera o crescimento do negócio, melhora a imagem da empresa perante o consumidor e aumenta a vantagem competitiva.

Agora, na reinvenção das empresas por conta do inimigo mundial e invisível (a pandemia), estamos vivendo a febre da criatividade. Todos parecem ser criativos e inovadores e quem não se vê assim sofre porque, de novo, é o peixe fora d’água. E com a internet, lives, vídeos, webinars e posts, esta alegria de ser inovador ou a infelicidade de não ser tornou-se exponencial.

As empresas que já praticavam gestão sustentável, não por coincidência, já são inovadoras e conseguiram enfrentar melhor o inesperado, pois já fazem parte do core, da cultura e do dia a dia essas duas práticas.

Criar um departamento de inovação, assim como o de sustentabilidade, não deixa de ser um começo, mas na real os conceitos devem estar permeados em toda a empresa. Experiência e vivência para mudar a cultura não são algo departamental. Uma franqueadora, assim como seus franqueados, não deve ter dúvida entre construir um mundo mais sustentável ou ter bons resultados financeiros. Não é uma escolha.

Trata-se de cuidar do ambiente, ter responsabilidade social e adotar melhores práticas de governança, fatores que ajudam no balanço das empresas. E atrai investidores. Esse é um dos motivos para que termos como ESG (Environmental, Social and Governance) ou ASG, em português, tenham se tornado mais populares. Porém, não podem ter a pecha do velho conhecido marketing social, que não engana mais ninguém.

A gestão empresarial reflete, em muito, seu estilo de vida, seu mindset, como você reage às mudanças, como busca tendências, estuda e se aprofunda sobre os mais variados assuntos. O que muitos estão fazendo hoje já é tratado, proposto e pivotado por milhares de empresários há décadas. Há novidades e inovações? Sim. Há mais evolução do que já existia? Sim também.

Pesquise se já não houve alguma história como a que está inspirando você agora, provocando-o a pensar em investir nela ou fazendo você se sentir menos competente ou habilidoso para criar algo melhor ou igual.

Na busca por recolocação, não dispense a chance de trabalhar no departamento de inovação ou sustentabilidade. Mas vá com a disposição de fazer o melhor por essa empresa e impregná-la com o propósito maior do que uma área dessas pode representar nos resultados e impacto junto ao mercado.

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